Descrição: Na década de 1920, a percepção de uma profunda “crise do romance”, que colocava em questão os modelos e procedimentos narrativos do romance tradicional, levou vários romancistas a buscar soluções literárias originais para os dilemas que afetavam a forma e as premissas do gênero. Na "Teoria do Romance", escrita durante a Primeira Guerra e publicada em 1920, Georg Lukács concluía com um diagnóstico sombrio sua interpretação histórico-filosófica do desenvolvimento do romance moderno. Estabelecido o debate, diversos críticos (como Walter Benjamin, Theodor Adorno e Erich Auerbach) passaram a discutir as características e consequências dessa crise, configurada principalmente nas tentativas de resposta cristalizadas em grandes romances da década (escritos por Joyce, Woolf, Huxley, Proust, Gide, Kafka, Thomas Mann, Faulkner, Dos Passos, e também Mario e Oswald de Andrade, entre outros). O objetivo de nossa pesquisa é recuperar o debate sobre o tema, investigando como se sedimentam, nas próprias obras, os fundamentos histórico-sociais das alternativas literárias e críticas presentes no conturbado contexto da época.
Docente responsável: Jorge Mattos Brito de Almeida