Descrição: Desdobramento da pesquisa anterior apoiada pelo CNPq, Roger Bastide: África e africanismos entre França e Brasil, o atual projeto visa dar prosseguimento às reflexões e investigações anteriores que venho realizando no âmbito da história e da teoria da antropologia, da sociologia da cultura e da história intelectual . Desta vez por meio do cotejo de experiências e produções especificas as de Roger Bastide (1898-1974) e Gilberto Freyre (1900-1987) - que embora distintas, em função das origens,
formações e inspirações teóricas dos personagens em questão, aproximam-se em termos de trajetos, preocupações e problemáticas. Os intercruzamentos entre os autores e suas obras serão aqui apreendidos em dois tempos. Em um primeiro, trata-se de analisar como o tópico da África no Brasil, central para Bastide e para a face africanista de sua produção (objeto do projeto anterior) desdobra-se no problema do Brasil na África , que ganha corpo tanto na chamada produção luso-tropical de Gilberto Freyre dos anos de 1950 , como em parte dos escritos de Bastide: em Brasil, terra de contrastes (1957), nos artigos escritos quando da viagem à África, em 1958 e em ensaios de Antropologia aplicada (1974) (objeto do atual projeto). Em um segundo tempo, a pesquisa visa analisar a produção de ambos sobre as cidades brasileiras, que permite flagrar consonâncias e dissonâncias de perspectivas, não apenas sobre formas materiais e sociabilidades urbanas, mas também em termos das discussões por eles lançadas sobre as relações entre tradição e modernidade. As reflexões de Gilberto Freyre sobre o desenvolvimento das cidades têm lugar em livros Guia prático, histórico e sentimental do Recife, 1934; Sobrados e Mocambos, 1936; Mocambos do nordeste, 1937; Olinda. 2° guia prático, histórico e sentimental de cidade brasileira, 1939; Um engenheiro francês no Brasil, 1940 e também em suas colaborações jornalísticas regulares para o Diário de Pernambuco, desde 1918, reunidas em Tempos de aprendiz.
Docente responsável: Fernanda Arêas Peixoto