Modelos causais dos avanços científicos

Descrição: A abordagem dos "modelos causais na história da ciência" descreve a ciência em termos de unidades de conhecimento ("avanços" ou "realizações", que englobam idéias, dados, instrumentos, teorias, perguntas, técnicas matemáticas, experimentos, definições, explicações e até conhecimentos tácitos) relacionadas por meio de relações causais (ao invés de relações lógicas, como faz o cientista em sua mente). Ao estudar um episódio da história da ciência, o pesquisador (que segue esta abordagem) seleciona um conjunto de avanços relevantes e, com o conhecimento que tem do assunto, postula as relações causais pertinentes. Uma causa é entendida de maneira "contrafactual": no caso mais simples de uma causa necessária, "se a causa não tivesse ocorrido, o efeito não se seguiria". O peso das causas é estimado a partir do número de anos entre as causas e o efeito. O estudo histórico é feito a partir de descobertas independentes, que fornecem exemplos factuais de caminhos possíveis para a história da ciência. Caminhos possíveis que não se completaram são chamados "contrafactuais", e o historiador que conhece bem sua área de estudo geralmente tem uma intuição boa para postular cenários contrafactuais. Busca-se caracterizar de maneira exata as relações causais entre avanços, tendo em vista a futura utilização da computação para armazenar as informações e rodar simulações. Uma aplicação desta metodologia à filosofia da ciência foi a comparação entre as noções de progresso científico de Popper e Kuhn, a partir da noção de histórias contrafactuais. O estudo de caso histórico principal refere-se ao nascimento da física quântica. Aplicações ao ensino de ciências envolvem a comparação da ordenação de avanços na história e em textos didáticos. Outro projeto é a descrição das metateorias de Kuhn e Lakatos em termos de modelos causais.

Docente responsável: Osvaldo Frota Pessoa Júnior