Republicanismo inglês: origens, passagens e rupturas

Descrição: Os historiadores do pensamento político apontam duas fases decisivas na formação do republicanismo moderno: a primeira é constituída por humanistas italianos da Renascença, com destaque para Maquiavel e Guicciardini, que adotaram e redefiniram a doutrina republicana, na defesa da liberdade política de suas cidades; a segunda é representada por um grupo de autores ingleses do século XVII que recorreram aos princípios republicanos a fim de sustentar o regime político que substituiu a monarquia dos Stuarts, fizeram sua crítica quando necessário e, depois de seu fracasso, propuseram novas soluções constitucionais. A pesquisa tem o propósito de tratar dessa segunda fase, que tem sido menos discutida no meio acadêmico brasileiro, a partir da análise dos escritos mais relevantes de seus principais representantes: John Milton, Marchamont Nedham, James Harrington, Algernon Sidney e Henry Neville. Pretende com isso investigar as origens, a formação e a manifestação do que se convencionou chamar de republicanismo inglês. A intenção é examinar o que foi mantido, abandonado e modificado do ideário republicano ao ser apropriado e adaptado à conjuntura da Inglaterra seiscentista, analisar principalmente como foram introduzidos e articulados elementos aparentemente estranhos à temática republicana, como as noções de direitos naturais dos indivíduos, contrato social, soberania e representação política. O problema a ser discutido é que tipo de republicanismo foi produzido por esses autores e as conseqüências de suas teorias para o pensamento político moderno.

Docente responsável: Alberto Ribeiro Gonçalves de Barros