Corpo e Afeto em Semiótica Discursiva e Psicanálise. Bases epistemológicas para estudos de interface

Descrição: A hipótese de trabalho inspira-se em proposição do filósofo de K.O.Apel na década dos anos 70 do século passado para propor um entendimento próximo ao seu, mas atualizado para cobrir os quarenta anos que se escoaram após o lançamento dela. Diante do tripé paradigmático, das três prima philosophia (ontologia, epistemologia, semiótica transcendental), proposto por Apel, o avanço do naturalismo científico obriga-nos a entender que paira hoje uma nova modalidade de paradigma ontológico . Certamente não mais saído ou retornado a Aristóteles, mas ainda assim uma nova ontologia global e realista. Dito de outra forma, o tripé paradigmático, de Apel, toma hoje a forma de uma tríplice epistemologia a dominar o cenário do universo das ciências (exatas e humanas): (a) a epistemologia científica, realista, materialista, que entende a linguagem como simples meio de expressão do pensamento ou da razão, e que entende esta como amparada nos esquemas mentais saídos do funcionamento neurocerebral; (b) a epistemologia filosófica, amparada pela grande maioria das grandes filosofias, advindas do paradigma do cogito cartesiano, avançadas no regime da transcendentalidade da razão kantiana e prolongamentos de seus sucessores, adeptos ou críticos; (c) a epistemologia discursiva, que veio sendo gestada no nascimento da linguística saussuriana. É com base nessa última epistemologia que semiótica e psicanálise podem se legitimar e acionar estudos e conceitos de interface.

Docente responsável: Waldir Beividas