Descrição: Leitura de algumas obras do Romantismo alemão e do Romantismo francês. O caminho escolhido parte, em primeiro lugar, do próprio diálogo entre os escritores, e busca acompanhar pela análise crítica e comparativa das obras os percursos criativos e críticos por eles traçados a partir de obras de outros criadores. Aqui contemplamos tanto a recepção viva que resulta em criação, quanto a recepção crítica; assim como a maneira pela qual crítica e criação se encontram concretamente imbricadas nas obras dos autores estudados. O jogo entre reflexão, leitura crítica e criação é decerto uma das contantes do Romantismo: está presente em muitas formulações teóricas, mas também na prática de muitos criadores. Em nosso estudo, consideramos aquelas formulações, mas privilegiamos o caminho do diálogo que se realiza entre as próprias obras. Entende-se ainda que colocar as obras em diálogo e buscar sua iluminação recíproca é algo que pode permitir-nos compreender mais a fundo cada uma delas. Permite-nos também acompanhar temas e procedimentos retomados por alguns autores: certas constantes localizáveis no período romântico (e pós-romântico). O estudo do diálogo entre os criadores tem ainda no horizonte uma reflexão mais geral sobre a crítica literária e a literatura comparada que, ainda hoje, pode ser suscitada pensamento romântico e, sobretudo, pela prática crítica e comparativa encontrada nos autores estudados. O estudo centra-se em algumas questões e em alguns temas. Uma primeira dessas questões, mais geral, é a da relação entre diferentes literaturas que se estabelece de forma particularmente intensa no Romantismo. Centraremo-nos em alguns diálogos entre o Romantismo (e o pós-Romantismo) francês e o Romantismo alemão. A temática do artista (e do poeta) que se encontra em obras de autores como Novalis, E.T.A. Hoffmann, Gérard de Nerval, Charles Baudelaire e Honoré de Balzac é outro eixo da pesquisa e se liga à reflexão sobre o diálogo e a aproximação entre as artes.
Docente responsável: Marta Kawano