Revisão do Trovadorismo Palaciano - Novas abordagens da História Literária

Descrição: Entendendo o trovadorismo palaciano português, a partir de meados do século XV e ao longo do XVI, como instituição da sociedade de corte ibérica, pretende-se aprofundar o estudo acerca da performance, inerente à circulação oral e em movência, por meio de pequenos ou grandes espetáculos, nos autos de Gil Vicente, nas trovas do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, nas trovas de Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, nas redondilhas de Camões, etc. Ao dimensionarmos as trovas palacianas no contexto da poesia oral e em performance, será possível conhecer a funcionalidade, o conceito poético, e a vitalidade desta manifestação artística, mesmo depois da introdução da imitatio e da maneira italiana ou renascentista, de um ponto de vista histórico, com o foco nos Tempos Modernos, do reinado de D.Afonso V ao de D. Sebastião. Objetiva-se empreender, de forma descontínua, por meio da orientação de variados projetos de pesquisa, uma revisão da história literária oficial do trovadorismo palaciano, na qual se privilegia não apenas a sua face humanista, que se afasta da música, embora não da performance, produzindo trovas para serem declamadas sem o acompanhamento musical, mas também a sua face poético-musical, cuja funcionalidade como instituição da sociedade de corte seria promover a curialização da nobreza de armas portuguesa, cultivando-a por meio das letras e das artes. Deste modo interessa caracterizar, no corpus do trovadorismo palaciano, tanto as formas poéticas, a sua retórica discursiva e dialógica, a ilustração da língua portuguesa, por meio de traduções e glosas de textos antigos, como a representação dos tipos que circulam na sociedade de corte, tais como o trovador, o cortesão, a dama, o príncipe, o nobre de armas, o navegador, o judeu, o árabe, o clérigo, o doutor, o diabo, os anjos, os velhos, a criança, etc.

Docente responsável: Marcia Maria de Arruda Franco