Formas da comédia e do cômico no teatro brasileiro do século XIX

Descrição: Tendo estudado bastante o teatro brasileiro do século XIX, em especial a obra dramática de José de Alencar e dos autores da geração realista, as comédias de Machado de Assis e as idéias teatrais dos nossos principais dramaturgos, escritores, críticos e intelectuais, do romantismo ao naturalismo, pretendo aproveitar a experiência acumulada ao longo dos anos em um trabalho de cunho não só histórico, mas sobretudo crítico e interpretativo. O objeto do presente projeto de pesquisa é a comédia brasileira do século XIX, a comédia de extração popular, que conquistou a platéia de seu tempo com uma razoável variedade de formas e recursos cômicos. Estudar os procedimentos formais da comédia de costumes, da opereta, da mágica, da revista de ano e da burleta, a partir de um corpus reduzido, para aprofundar a análise e a interpretação de textos cômicos, sem esquecer o contexto social e histórico em que as peças foram escritas, eis a tarefa que me proponho realizar. Nesse sentido, fiz algumas escolhas, para evitar a dispersão e as generalizações, acreditando na representatividade dos seguintes autores e obras: Martins Pena - as comédias curtas O Judas em sábado de Aleluia e Os ciúmes de um pedestre ou o terrível capitão do mato; Artur Azevedo - a opereta Abel, Helena, deliciosa paródia de La belle Hélène, texto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy e música de Offenbach; Moreira Sampaio - a mágica A cornucópia do amor; Artur Azevedo e Moreira Sampaio - a revista de ano O Homem, calcada no romance homônimo de Aluísio Azevedo; Artur Azevedo - a burleta A capital federal, uma peça que resume todas as formas da comédia e do cômico praticadas pelos nossos comediógrafos do século XIX.

Docente responsável: João Roberto Gomes de Faria