As ondas de maio de 2006 e os novos ilegalismos

Descrição: Este projeto tem por objeto um estudo sociológico de caso a respeito das ondas de ataque promovidas pelo 1º. Comando da Capital (PCC) – organização que controla, do interior das prisões, amplas massas carcerárias do estado de São Paulo – as quais resultaram em 439 mortes, entre os dias 12 a 20 de maio de 2006, processo que se estendeu até agosto do mesmo ano. O estudo tem por objetivos: a) construir a cronologia dos acontecimentos, desde o desencadear das primeiras ações até o término do ciclo de ataques; b) descrever e identificar os processos sociais que acabaram por promover o enraizamento do crime organizado entre homens e mulheres comuns, sobretudo habitantes dos bairros com elevada concentração de trabalhadores urbanos de baixa renda e vinculados ao mercado informal; c) reconstruir o processo histórico que assistiu a emergência do crime organizado no Estado, desde fins da década de 1960 até o aparecimento do PCC, em 1993; d) analisar as reações do poder público em suas tarefas de conter o crime organizado no estado de São Paulo. A pesquisa apóia-se em pesquisa bibliográfica e documental (imprensa, documentos técnicos, inquéritos policiais e processos penais, comissões parlamentares de inquérito, sondagens de opinião) bem como coleção de dados primários e secundários que permitam caracterizar os contextos sociais que tornaram possíveis as ondas de ataques. Teoricamente, inscreve-se no terreno da sociologia da vida moral, explorando o conceito de efervescência social (Durkheim) e as contribuições da sociologia de Norbert Elias a respeito da psicogênese e sociogênese do processo civilizatório moderno, bem como seus impasses atuais em torno dos processos de informalização. Empiricamente, trata-se de um estudo de caso reconstruído sobre a perspectiva do método genealógico (Foucault).

Docente responsável: Sérgio França Adorno de Abreu