Cidade, práticas urbanas e os (novos) ilegalismos do mundo social

Descrição: Dando continuidade ao projeto anterior, trata-se de investigar a hoje expansiva trama de ilegalidades (novas e velhas) entrelaçadas nas práticas urbanas, seus circuitos e redes sociais, e que são urdidas nas relações hoje redefinidas (a serem bem compreendidas) entre o ilegal, o informal e o ilícito. Interessa compreender (e descrever) as interfaces entre as novas figuras do trabalho informal, as tramas variadas dos mercados de bens ilegais (contrabando, pirataria, etc.) e ilícitos (drogas) e, em algumas regiões da cidade, a migração clandestina (sobretudo os bolivianos) em suas relações, principalmente (mas não só), com o circuito (semi informal, semi ilegal) têxtil. Essas interfaces se dão sob formas territorializadas. Apresentam, portanto, modulações variadas conforme as regiões da cidade. Exigem, por isso mesmo, uma estratégia de pesquisa empírica com forte dimensão etnográfica.Assumimos como hipótese teórico-metodológica a exigência de uma “etnografia experimental”, tomando como referência “cenas descritivas” que permitam seguir o traçado dessa constelação de práticas, mediações e suas conexões em circuitos e redes de extensão variada. Cada situação/cena social é atravessada por processos transversais nas trilhas das diversas formas de interconectividade de práticas sociais, sejam as mediações sociotécnicas que compõem o mundo urbano, sejam as redes (e seus agenciamentos locais) de circulação de bens ilegais e ilícitos, em suas conexões transnacionais. Processos situados, portanto, que só podem ser bem compreendidos nos seus modos de territorialização, e é isso que pode nos abrir uma senda para prospectar ordenamentos sociais emergentes.

Docente responsável: Vera da Silva Telles