Quinto império e pertencimento nacional

Descrição: O último quarto do século XVII foi vivido como um momento de dilaceramento interno da Província jesuítica do Brasil: o consenso interno, prevalecente há um século e meio, quanto à necessidade de os próprios missionários assumirem a administração temporal dos aldeamentos indígenas foi contestada pela primeira vez, de maneira organizada, por um grupo dissidente. Antonio Vieira procurou desqualificar essa disputa interna como uma conspiração de jesuítas estrangeiros que, articulados aos padres brasilienses , se opunham aos missionários portugueses para negociar um acordo com os escravocratas paulistas . Do seu ponto de vista, tal acordo, caso fosse concretizado, seria fatal para os índios (do ponto de vista da sua salvação espiritual tanto quanto de sua existência física) e, extensivamente, um entrave ao cumprimento do destino messiânico de Portugal de fundar o Quinto Império ou Reino Consumado de Cristo. Nesta pesquisa, pretendemos analisar como o pertencimento nacional foi problematizado por diferentes missionários em atividade no Brasil e particularmente por aquele que mais ampla e enfaticamente explorou essa temática, Antonio Vieira tomando como base um conjunto de cartas escritas entre o final do século XVII e o início do século XVIII.

Docente responsável: Carlos Alberto de Moura Zeron