Religião e evangelização

Descrição: A ideologia imperial característica da Espanha e de Portugal, do século XVI ao XVIII, mesmo se considerada em suas peculiaridades nacionais e históricas, pode e deve ser analisada a partir de seus pressupostos e de seus projetos evangelizadores específicos. O problema da relação entre a matriz cultural comum do projeto imperial e evangelizador e a consequente transformação das culturas não-ocidentais aponta para as características fundamentais da evangelização cristã. Desde os primórdios da sua constituição, o cristianismo determinou um nexo íntimo entre as coisas da fé e a vida política. Neste sentido, este projeto pretende analisar as diversas experiências evangelizadoras vividas no interior do Império português, que produziram um pensamento teórico a respeito da organização e da administração das sociedades com que os missionários entraram em contato.

Através da análise de um caso específico – o reino de Mari, no século XVIII a.C. -, com sua abundante documentação textual e arqueológica, procurar-se-á analisar o exercício do poder palaciano como uma variante da chefia tribal. A partir, sobretudo, dos aportes interpretativos da antropologia mais recente, a intenção é - mais do que opor duas estruturas diferentes e excludentes em contatos ora cooperativos ora belicosos - esclarecer o processo pelo qual a chefia tribal se “palaciza” e quais as implicações da “tribalização” do poder para a ancestral organização palaciana.

Docente responsável: Adone Agnolin