Descrição: Quer em Buenos Aires, como em São Paulo ou Santiago tem havido uma acentuada extensão territorial da mancha urbana, marcada pela policentralidade e peri-urbanização, a indicar que se conforma um novo desenho territorial bastante diferente daquele produzido no período anterior marcado pela industrialização substitutiva de importações que vigorou desde os anos 30 do século passado. As atuais mudanças, embora comuns a essas metrópoles, assumem em cada uma delas vários sentidos: renovação e recuperação de áreas, operações imobiliárias, invasão de áreas de uso agrícola, de lazer e de uso industrial, bem como ocupação de áreas por quem procura um pedaço de chão para continuar vivendo na cidade. O panorama, assim reconfigurado, revela uma área metropolitana que já não se contém nos seus limites administrativos e que por se apresentar fragmentada constrói uma paisagem que mais parece um arquipélago de urbanizações, uma cidade extremamente dispersa ou difusa. A intenção é de contribuir para a construção teórica relativa à compreensão crítica das cidades latino-americanas por meio da análise dos processos fundamentais e determinantes que tem impactado a produção social do espaço das áreas metropolitanas de Buenos Aires, São Paulo e Santiago. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é analisar os processos sócio-territoriais que tem manifestações significativas na transformação recente dessas metrópoles, identificando-se os processos de fragmentação territorial e de segregação social. Especificamente, se busca compreender as condicionantes e os processos locais em relação às condicionantes globais, com a finalidade de avaliar o grau de autonomia ou de dependência da transformação metropolitana em relação aos processos hegemônicos. Particularmente, objetiva-se identificar a emergência de novas áreas de centralidade e o papel que cumprem na emergência de pólos de comércio a varejo e de grandes centros comerciais. Bem como, caracterizar essas metrópoles em seus reposicionamentos.
Docente responsável: Sandra Lencioni