A justiça espacial

Dados do curso

Ministrante:  Prof. Bernard Bret (Université Jean Moulin Lyon 3)

Idioma em que o curso será ministrado: Francês com interação em português

Objetivo: O objetivo do seminário sobre A justiça espacial fica na possibilidade de estudar a  organização do espaço através do conceito de justiça. Isso, finalmente, mostra a possibilidade de um encontro da geografia humana, o que vale a dizer social e politica, e da filosofia moral, sendo que esta oferece uma chave de leitura do território. 
Isso necessita primeiro uma referência teórica.  Aqui, é a Teoria da Justiça de John Rawls que pode ajudar desde que, com o conceito de « maximin », o pensamento do autor mostra o possível encontro da justiça e das desigualdades. Um espaço totalmente igual não sendo possível, se torna interessante pensar como produzir a justiça social num território diferenciado. Mas, a teoria rawlsiana não é apenas na justiça distributiva do « maximin ». Temos que considerar também o igual valor de existência de cada um. Por isso, a teoria rawlsiana junta no conceito de justiça a ideia de igualdade e a ideia da desigualdade. Apesar de nunca falar do espaço, esta teoria pode ser incorporada à um raciocino geográfico, o que vale a dizer socio-espacial. 

Programa do curso: 

1) O que è a justiça espacial, e também a injustiça espacial
- é mais que a distribuição das desigualdades no território. E o fato do espaço geográfico intervir nas condições de vida dos homens. O conceito cruza os dados sociais e os dados espaciais. Aparece quando a organização do espaço tem um papel no modo de viver da sociedade.
- por isso, torna-se indispensável apoiar o raciocino  numa teoria capaz de dizer racionalmente o que é a justiça, além do sentimento que cada um pode mostrar em frente das desigualdades.
- as teorias filosóficas a serem mencionadas são muitas : utilitarismo, libertarismo, igualitarismo, comunitarismo…as suas respostas são diferentes, mas para todas, permanecem as duas perguntas seguintes :
* a igualdade e a justiça: necessidade da igualdade? E igualdade de que? Das chances e oportunidades ? Dos resultados ? E, caso a desigualdade estar aceitada, em que medida?
* o universalismo dos principios de justiça, ou/e o respeito das culturas particulares?

2) A Teoria da Justiça de John Rawls : uma teoria que não fala do espaço, mas que oferece uma ferramenta para entender o espaço
- o conteúdo da teoria rawlsiana :* o principio do « maximin »* o igual valor de todos* consertar as injustiças* uma teoria racional e, portanto, a favor do universalismo
- as raízes filosóficas na obra de Kant
- as criticas recebidas e as respostas possíveis; as relações com a social-democracia.

3) Pensar o território com Rawls : o sócio-espacial
3.1 : a justiça da distribuição e o modelo centro-periferia
- o modelo - vários centros, varias periferias - exemplos : o Nordeste brasileiro no ciclo do açucar, o Brasil hoje, a França com Paris e o interior,
3.2 : a igualdade e a cidadania 
- o território politico : as eleições e a malha territorial - territorios e qualidade do viver juntos
3.3 : consertar as injustiças
- injustiças de hoje : como fazer ? A possibilidade de intervir na sociedade através uma ação no território, ou como pensar um planejamento territorial justo ? O perigo de ver as classes privilegiadas aproveitar o planejamento.
- injustiças históricas : é possível consertar as injustiças do passado ? A memoria, e também a necessidade de intervir sobre as consequências ainda existentes hoje. No Brasil, a herança da escravatura.

4) O que é a justiça ambiental ?
- o desenvolvimento sustentável e a justiça.- os « biens communs » 

5) as escalas geográficas e a justiça espacial
- micro-justiça e macro-justiça - hierarquia das escalas e tensões entre as escalas - integração e fragmentação dos territórios : consequências para a justiça espacial - exemplos

Bibliografia:
(sélection de publications parmi les plus significatives de mon orientation présente sur la géoéthique et la justice spatiale)
Ouvrages
- Le Tiers-Monde, Croissance, Développement, Inégalités, Paris, Ellipses, 2006 (3ème édition), 222 p. 
- Pour une géographie du Juste, Lire les territoires à la lumière de la philosophie morale de John Rawls, Presses Universitaires de Paris Ouest, 2016, 276 p. 
Direction de publications
- Justice et Injustices spatiales (dir. avec Philippe GERVAIS-LAMBONY, Claire HANCOCK et Frédéric LANDY), Presses de Paris Ouest, 2010, 315 p.
- coordination du Bulletin de l'Association de Géographes Français, numéro 2005 / 4 : Intégration et Fragmentation territoriale en Amérique latine
- coordination du Bulletin de l'Association de Géographes Français, numéro 2011-3 : Les pays émergents, la montée en puissance de nouveaux acteurs dans la mondialisation
- coordination de Justice Spatiale / Spatial Justice (avec Sophie Didier et Frédéric Dufaux), numéro 5 (déc 2012 – déc 2013) : Utopies et Justice spatiale
Participation à des ouvrages collectifs
- Le Brésil (en collaboration avec H. THERY et M. DROULERS). in  Amérique Latine,  Géographie Universelle (dir: Roger BRUNET), Hachette/Reclus. Paris 1991. p 372 - 437    
- L’Amérique latine: de la réforme agraire à l’agro-industrie. in : J. BONNAMOUR : Agricultures et campagnes dans le monde. Sedes, Paris, 1996, p 139 - 162.
- Justice et territoire, une réflexion à partir du cas brésilien. in : PAIX Catherine (éditeur) : Parcours dans la recherche urbaine, Michel Rochefort, un géographe engagé. numéro hors série de Strates. Ladyss, Paris,  2002.  p. 281 – 295.
- La mondialisation vue d'Amérique latine. in : Isabelle LEFORT et Vincent MORINIAUX : La Mondialisation, Editions du Temps, coll. Questions de géographie, 2006, 350 p. p. 168 – 186.
- Qu'est-ce que la justice spatiale ? in : Eloïse Ribourel (dir) : Population et inégalité dans le monde. Editions Atlande, 2020, p. 75 – 87.
- Le droit à la ville, in : Eloïse Ribourel (dir) : Population et inégalité dans le monde. Editions Atlande, 2020, p. 419 - 421.
- Le Nordeste du Brésil est-il encore une "zone explosive" ?in : Alain Bue et Françoise Plet (dir) : Alimentation, environnement et santé, Pour un droit à l'alimentation.Ellipses, 2010.
(chapitre 6, p. 157 - 165)
- L'équité, un problème ou une solution pour la durabilité environnementale, in : C. Harpet et alii (dir) : Justice et injustices environnementales, Paris, L'Harmattan, 2016, p. 61 – 77. 
- Justice spatiale et environnementale (avec Sophie Moreau) in : I. Sainsaulieu et alii (dir) : Où est passée la justice sociale, De l'égalité aux tâtonnements, Presses du Septentrion, 2019, p. 169 – 179.  
- notices pour Hypergéo :Equité territoriale, 2007, Développement (définition), 2012, Développement (Evaluation du), 2012, Sud, 2012
Articles dans des revues à comité de lecture
- Les inégalités: une question de géographie politique. in : L’Information géographique,  vol 60, n° 1, 1996, p. 10 - 19.

- Le Mercosur, un pôle économique émergent en Amérique latine. in : Revue française de géoéconomie. n° 6, été 1998, p. 121 - 136.
- Penser l'éthique pour penser le territoire et l'aménagement, à propos du Nordeste du Brésil. in : L’Information géographique,  vol 65, n° 3, 2001, p. 193 – 218.
- Inégalité sociale et cohésion territoriale, pour une lecture rawlsienne du territoire brésilien. in : Géocarrefour, 81, n° 3, 2006, p. 183 - 191
- Interpréter les inégalités socio-spatiales à la lumière de la Théorie de la Justice de John Rawls. in : Annales de Géographie, n° 665-666, janvier-avril 2009, p. 16 – 34.
- Pour une approche rawlsienne des inégalités socio-spatiales. in : Travaux de l'Institut de Géographie de Reims, n° 125-126, vol. 32, 2006 (parution : mai 2008), p. 21 – 31.
- L'universalisme rawlsien confronté à la diversité du réel. in : Justice Spatiale Spatial Justice, n° 1, septembre 2009.
- Ler John Rawls para ler melhor o Nordeste brasileiro. in : Boletim da Sociedade de Geografia do Brasil, 2010.
- Tiers Monde, in : Historiens & Géographes, n° 412 (nov 2010), p. 163-164
- Un questionnement géographique sur les pays émergents. in : Bulletin de l'Association de Géographes Français, n° 2011-3, septembre 2011, p. 227 – 240.
- Les utopies, un horizon pour la justice spatiale ? (Utopias as a Tentative for Spatial Justice), en collaboration avec Sophie Didier et Frédéric Dufaux, in : Justice Spatiale / Spatial Justice, n° 5 (déc 2012 – déc 2013)
- Le Brésil, un pays qui s'affirme à l'extérieur parce qu'il est solide à l'intérieur, in : Echogéo, juin 2014
- Territoires de servitude et territoires de liberté au Brésil, in : Espace, Populations, Sociétés, 2014, n° 2 / 3
- Justice spatiale, in : Géoconfluences n° 110, sept. 2015 (rubrique : notion à la une)
- Une rencontre avec Bernard Bret, Pour une géographie du juste (entretien avec Dominique Rivière et Philippe Gervais-Lambony), in : Annales de Géographie, n° 708, mars-avril 2016, p. 213 – 223

- Justice et injustice spatiales au Brésil : une réflexion géoéthique. in : L'Information Géographique, décembre 2017, p. 35 – 57. 

Período

Dias 6, 7, 8 e 9 de abril de 2021, das 14:00 às 17:00 (on-line). O link para acesso às aulas será enviado por e-mail aos alunos inscritos.

Investimento

Gratuito.

Inscrições

De 23 de março a 01 de abril de 2021.

Link para inscrição: http://ccint.fflch.usp.br/summer_school_inscricoes

Vagas: 80 (por ordem de inscrição).